sexta-feira, fevereiro 07, 2003

 
NADA DEMAIS III

Sônia suspirou e encostou-se de volta na cadeira do escritório. Olhou mais uma vez para a tela do computador. Tirou os óculos, limpou-os, passou as mãos pelos olhos fechados e pelo rosto para remover o suor e a sujeira acumulados. Então murmurou:
- Eu devia estar chorando.
Carlos, de passagem pela porta, ouviu, estancou, largou a caixa que carregava e aproximou-se. Carlos era o faz-tudo do escritório: secretário, carregador, atendente e mecânico de computadores.
- Devia por que?
Sônia virou-se devagar. As intromissões dele já não a assustavam nem incomodavam mais.
- Nada. Eu acabo de matar a mãe da personagem de um jeito muito cruel.
- É só uma personagem. Não é nada demais isso.
- Mas é. Estou fazendo a morte da mãe dela parecida com a da minha, só que pior. E estou juntando com mais um bando de memórias ruins, estou colocando meu fracasso no vestibular, o término do meu noivado, meu primeiro fracasso de vendas. Estou colocando nesse livro tudo de ruim.
- Ahã. E...?
- E é isso. É isso. Você não chora quando lembra das coisas ruins da sua vida?
- ...não.
- Não, assim, todas as coisas ruins da sua vida. Juntas.
- Minha vida não teve muitas coisas ruins.
- Ah, deixa pra lá.
- Cê não devia se incomodar tanto com isso.
- Mas é esse o problema!
Carlos coçou o queixo, pensou um pouco antes de voltar a falar.
- Como?
- O problema é: eu sempre me incomodei. Eu sempre pensava nessas coisas e me derramava em lágrimas, sabe?
- Acho que –
- Agora não me incomodo nem mais em não me incomodar!
- Hein?
- Desde que comecei a trabalhar aqui e a escrever todo o dia. Eu fico cada dia mais insensível às coisas. Eu estou começando a ter um olhar, meio que, sei lá, clínico. O médico estuda o corpo humano, perde o nojo por ele. O escritor estuda a vida e ela perde a graça.
- Olha, –
- Cada vez que escrevo alguma coisa sobre a qual tenho algum sentimento, é como se eu transferisse tudo que sinto a respeito daquilo pro papel.
- Isso é mui –
- Ou pra tela de computador.
- Você está se superestimando.
Sônia colocou os óculos de volta.
- Como?
- Se superestimando. Você acha que a vida é estudável, ou que só porque escreve tem uma compreensão melhor dela?
- Hein?
- Além disso, acho que você não poderia ficar insensível, nem transferir merda nenhuma pra tela do computador, nem se quisesse.
- Mas –
- E se você está parando de chorar por causa dessas coisas velhas, significa só que tá superando tudo isso, saca? Superando!
- Mas e –
- Se escrever sobre isso ajuda, melhor ainda! Agora cê já sabe até a fórmula, já tem até um jeito pra se livrar das emoções ruins!
- Mas são as minhas emoções ruins!
- Mas são ruins!
- E são minhas! Eu gosto delas!
- Gosta nada.
- Gosto!
- Você vive reclamando de ser uma chorona.
- Ah, mas até isso é bom. Eu ando numa falta de choro que –
- Diz que fica passando vergonha e tudo.
- Carlos!
- É verdade!
- Escuta! Eu já tô tão fria e insensível, que ando pegando qualquer coisinha de merda que acontece na minha vida pra servir de inspiração. É desesperador. Mas acho que você não entende.
- Daqui a pouco você vai chorar porque não consegue chorar.
- Ah, Carlos! Pára com essa merda e vai buscar um café pra gente, pelamordedeus!
- Esse nervoso todo é porque cê anda insensível?
- VAI!
Carlos foi até a cozinha improvisada e preparou um café, mas na dúvida, quando voltou, 6 minutos depois, pegou uma coca-cola também. Cafeína nunca era demais para Sônia.
Depositou a garrafa e o tabuleiro com o café de duas xícaras ao lado dela, que escrevia freneticamente. Curioso, parou pra ler.
- Péra. “Você acha que a vida é estudável, ou que tem uma compreensão superior dela porque escreve”? Que é isso?
- É o que você acha, o que você acha que é isso?
- É o que eu disse!
- É.
- Eu não acredito. Você está fazendo um texto sobre como você fez o texto!
- É.
- Você não pode fazer isso!
- Claro que posso. É metalingüística e está até na moda. Tá até saindo um filme aí até, com aquele, aquele cara. Porra, como era mesmo o nome dele?
- E olha isso aqui! “Você vai chorar porque não chora.”
- Estou te dizendo: qualquer merdinha na minha vida eu tô colocando. Eu já estou vivendo as coisas na expectativa de poder passá-las pro papel depois, tem umas coisas que eu até tento viver só pra poder botar no papel depois. Que eu não faria se não fosse pra isso. É ridículo!
- Merdinha?
- É, qualquer merdinha, uma conversa qualquer eu já –
- Minha conversa contigo é uma merdinha?
- Ah, Carlos, não vem com essa de –
- Porra, tô crente que você colocou o que eu disse aí porque achou muito bom!
- Não, mas tipo. É bom.
- Cê acabou de dizer que é uma merda! Aliás merdinha.
- Mas é isso, é que mesmo as coisas boas eu acho uma merdinha, entende? Não é que seja ruim, sou eu que sou insensível! Sou insensível.
- Ah, Sônia dá um tempo.
- Mas –
- Essa não vai convencer nem leitor. E pode escrever o que te digo.
- Já fiz isso.
- Faz de novo!
- Mas e se eu –
- Putaqueopariu Sônia, vá caçar rato com o bidó! Vou descer pra comprar o troço da torneira.
- Vou caçar o quê?
- Rato! Com o bidó!
- Com o quê?!
- Com o cú! Com o seu cú, entendeu? Porra!
E saiu. Sônia repetiu, sozinha.
- “Vá caçar rato com o bidó.” Porra, de onde ele tirou essa?
E após alguns instantes, completou seu texto com a frase, pensando que não era lá um final bom, mas também não era nenhuma porcaria, e pelo menos ficava engraçado.

posted by Heitor 7:42 PM
quarta-feira, fevereiro 05, 2003

 
POR AKI

Curitiba me presenteou com chuva hj. Talvez para contrastar o pôr-do-sol bonito de ontem no Parque Tanguá, q é uma espécie de Valfenda sem elfos.

Conheci o Centro da Cidade hj, q só contribui para a teoria de q todos os centros de todas as cidades razoavelmente gdes do mundo são meio iguais. Vc tem dois avenidões q se cortam, um tanto de praças, muitos bancos e estacionamentos, um calçadão, e um lugar pros camelôs e as quinquilharias. Só varia mesmo em tamanho e altura; pq até rua tem muita repetida. Aliás descobri toneladas de ruas repetidas aki, mas até aí normal.

O q é estranho: Curitiba tbm tem um Empório! É um pouco diferente mas a frequência me pareceu semelhante... ainda não fui lá. Mas sinto q vou acabar indo.

Tem a Ópera de Arame, q fui ver anteontem. Não sei se é mesmo de arame, mas é estranha e impressionante; e a Pedreira, uma, bem, uma pedreira q foi transformada em local pra shows. Bem espaçoso, subi num palco gde dakeles pela primeira vez só pra ver como era... Tbm descobri q o Twix aki é 30 centavos em qquer lugar.

E estou jogando Final Fantasy VI de vez em qdo. Fiquei com saudades dele outro dia, enquanto conversava no XGAM... é a quarta vez q jogo. Não acho q vá zerar, mais se não fizer isso agora, tenho certeza de q irei querer zerar um dia, pela quarta vez... o jogo merece, é bom demais, uma obra-prima.

Ah, e sobre Contos Inacabados do Tolkien, q acabo de terminar de ler: muito bom, mas o melhor mesmo, disparado, é a parte do Túrin Turambar. Excelente! O resto está incompleto demais, e muitas coisas não empolgam ou despertam pouco interesse - sinceramente, quem quer saber alguma coisa dos Drúedan? Continua sendo bom, mas exceto pela parte do Túrin, pior q Senhor dos Anéis, Hobbit ou Silmarillion - e definitivamente, para ser lido apenas após todos eles.

PS: Não sei o q está havendo com os comments deste site, aparentemente muitos foram apagados, inclusive o do Aurélio sobre "Fuga", e minha resposta a ele. Vou tentar recuperar...
posted by Heitor 7:00 PM

terça-feira, fevereiro 04, 2003

 
NADA DEMAIS II


- Sabe um troço que eu sou ruim pra caralho?
- Qual deles?
- Ah, vá se fuder.
- Vai tu.
- Não, porra, eu tô falando sério!
- Não quero saber se cê tá falando sério, não vou me fuder e tá acabado.
- Porra, Drope, escuta!
- Hã.
- Eu não sei seduzir, sabe?
- Ah, sei. Por isso decidiu se declarar pra mim logo?
- Caralho, moleque vá tomar no seu cú!
- Isso também é sério? Porque eu –
- CALABOCA!
- Tá bom.
- Eu tô falando. Escuta. Tô falando, por exemplo: a Vivian, cê lembra da Vivian, num lembra?
- Ô se lembro.
- Então. Que que todo mundo disse preu fazer com ela?
- Comer?
- Porra! Além disso?
- ... Pra ir devagar com ela?
- Isso! Pra ir devagar.
- Na dixava.
- Isso, não chegar logo de cara.
- É.
- E o que que eu fiz?
- Chegou nela de cara.
- Pois é, e justo por que?
- Porque cê é burro pra caralho?
- Porque não sei seduzir.
- Porque é burro?
- Talvez.
- Ah, mas todo mundo sabe que cê é burro. E gay.
- Num consigo, tipo, mandar uma dessas cantadas dixava, assim?
- Assim como?
- Sei lá porra! Se eu soubesse dizia.
- Num tô te entendendo não, mané.
- Tipo, dar um jeito de pegar na mão dela e ir, tipo, sentindo firmeza ou, sei lá. Quando ela elogia uma paisagem, virar e dizer: você é mais bonita ainda.
- Caralho cara, dizer isso pra Vivian é que ia ser muito brega. E ia ser burrice, também.
- MAS EU SOU BURRO, PORRA!
- Calma, cara.
- Devo ser muito burro.
- Tipo, cê não disse isso, disse?
- Tô falando que não sei ser dixava.
- Isso não é dixava. É cara de pau e burrice.
- O que é dixava, então?
- Sei lá.
- Sei lá, sei lá. Diz um exemplo, porra.
- Hmmm...
- Pensa na última mulher que tu pegou.
- A Estela?
- Tu pegou a Estela?
- Peguei, ué.
- Porra, eu nem fico sabendo dessas merda. Como foi?
- Ah, sei lá. Eu fui chegando nela?
- Foi como?
- Ah, chegando.
- Explica, seu filho da puta!
- Eu tipo. Fui conversando com ela, e fui chegando mais perto, aí ela foi rindo, geral foi virando pro outro lado... aí eu acho que botei a mão na parede por cima dela e, sei lá. Num lembro o que eu disse. Foi dixava mas eu não lembro.
- Ah, porra. Como é que você bota a mão por cima da mulher assim no escuro?
- Num tava no escuro, ela tava a fim.
- Porra, mas como cê sabe um troço desse, cretino?!
- Ah, sabendo. Sei lá. Ela tava. Porra, mané, que estresse, até parece que cê anda carente! Tô te vendo com uma diferente todo dia.
- Ah, num é a mesma coisa.
- Lógico que é. Cê tá preocupado demais com um troço que tá morrendo.
- O que tá morrendo?
- Esse troço de seduzir e tal. Isso tá morrendo.
- Ah, muleque, deixa de falar idiotice.
- Não, cara, assim, num futuro bem próximo isso já vai estar –
- Futuro próximo, tu não é o Aldous Huxley não, cara.
- Cê nem imagina como eu sou. Hehehe.
- Tá.
...
- Diz aí, como se escreve dixava, mesmo?
- Dê, i, xis, a, vê, a.
- Tem certeza? Viu no dicionário isso?
- Que dicionário, ô porra! Onde já se viu dixava no dicionário?
- Sei lá, ué.
- É gíria, porra. Escreve do jeito que quiser. Foi o que eu fiz.
- Cê já usou dixava num texto?
- Já.
- Porra, que que era?
- Ah, nada demais, não.

posted by Heitor 9:10 PM

 
NADA DEMAIS


Nada além de um despretensioso diálogo pretensiosamente romântico, recheado de clichês, bobo, tolo e sentimental, e com uma introdução cheia de antíteses e pleonasmos.

* * *


Os dois estavam conversando na cozinha meio que aos sussurros já há uma meia hora, incapazes de abandoná-la apesar do sono, e incapazes de aumentar o tom da conversa mesmo que, independente dele, jamais fossem conseguir acordar qualquer outro residente.
Ela era toda clara. Seu rosto era claro, seus olhos, cabelo, a blusa, a calça, os lábios e os dentes. Ela sorria com gosto mesmo quando apenas fingia achar graça, e mantinha a mão esquerda solta, pendendo do pulso. Seus movimentos eram suaves e espontâneos, sua voz era contínua e as palavras tinham uma clareza única.
Ele usava preto. Seu cabelo estava desgrenhado, o rosto recheado de olheiras, e o mais que fazia era fingir que estava à vontade e se esforçar para não ficar sorrindo feito idiota – o que se tornava mais fácil a cada dia. Prática faz a perfeição.
No fundo, bem baixinho, “Let Down”, do Radiohead.
- Ah, mas como diz besteira essa menina! – ela sorriu enquanto preparava outro copo de leite com Nescau. A “menina” a quem se referia era Carolina, sua amiga.
- Besteira? Que tipo de besteira? Besteira do tipo irrelevante, besteira do tipo piada, besteira do tipo fofoca... – ele comia seu segundo sanduíche. Esforçava-se muito, pois não estava com fome alguma nem no primeiro.
- Besteira, besteira, ué. De tudo que é jeito.
- Tipo?
- Tipo. Fofoca. Ela passa adiante quem levou toco de quem, ela –
- Quem levou?
- Hein?
- Toco, quem levou toco de quem hoje?
- Ah, nem sei.
- Ela não te disse?
- Nem sei.
- Ela ficou cochichando no teu ouvido a noite toda! Diz aí.
- Ah, o Pedro, tá! Nem devia ter te dito.
- De quem?
- Uma lá. Cê não conhece.
- Jura?
- Nem eu conheço, menino, deixa disso!
- Sei. Que mais?
- Que mais o quê?
- Que ela disse. De besteira.
- Ah, a Carol? Sei lá. Teve umas piadas lá.
- Diz uma.
- Esqueci.
- Ah, fala sério!
- É sério! Esqueci mesmo. Era tudo sem graça.
- Cê riu muito do que ela dizia.
- Ah, quer ver uma besteira? Que ela disse?
- Lembrou?
- Ela tava meio bêbada, tá? Não leva sério.
- Quando que eu levo?
- Ela me puxou num canto quando o Fábio foi no banheiro.
- Sei. – ele gelou. Sabia perfeitamente bem quando foi aquilo: ele estava numa mesa próxima, observando, e morrendo de curiosidade.

posted by Heitor 9:03 PM

 
- Então. Ela disse, mais ou menos: “nossa, é impressionante como ele fica.” E eu: “fica como?”, e ela “ai, mulher, você não percebe? Cada vez que você beija o Fábio, ele parece que fica agonizando de dor ali na mesa. E ele ficou assim também quando você estava com o Augusto, e com o Maurício...” Imagina, né?
Ele hesitou um pouco, como se pensasse numa resposta apropriada, e uma sombra passou por seu rosto. Então a seguir abriu um sorriso, que se transformou em uma risada aberta, e eventualmente uma pequena e contida gargalhada, durante a qual pronunciou com a melhor dificuldade que pôde fingir:
- Putaqueopariu! Essa foi boa! Como era mesmo?
- Fica agonizando de dor ali na mesa! – ela começou a acompanhar seu riso.
- Ah, caralho! – pausou, riu muito mais. Já estava chegando ao limite de sua própria atuação. – De onde será que ela tirou isso?
- Nem sei!
- Aah. Agonizando de dor. É até trágico, né?
- É, né?
- É.
Breve silêncio.
- Mas olha, cê não tá com sono? Que você tava desanimado lá, hoje, tava!
- Nem tô. Sou assim, mesmo, tá trank.
- Eu realmente te deixei meio largado lá. Isso é verdade.
- Não, tudo –
- Desculpa qualquer coisa, hein?
- Claro.
Mais silêncio.
- Mas sabe? Esse negócio da Carol que cê disse.
- Hã.
- É até mais engraçado do que parece, sabe?
- É?
- É. Não sei se dá pra explicar. Também não é nada demais.
- Hm.
O silêncio dessa vez foi mais duradouro. Ela levantou-se e, bebendo o resto do Nescau, depositou-o na pia antes de completar.
- Acho que faço uma idéia do que seja.
- É, né?
- É.
Então saiu e o deixou a sós com o sanduíche e a louça suja.

posted by Heitor 9:02 PM
domingo, fevereiro 02, 2003

 
TEMPLO DO TEMPO


Bom. Estou tomando o controle do PC da família Cavallet e pelo que testemunhei do baixo nível de utilização do mesmo até agora, vou continuar assim pelas próximas semanas. Portanto, não me ausentarei deste blog, o q me pareceu muito bom, já estava começando a sentir falta dele.

Estranhice: quando fui visitar o blog hj, fui parar num site chamado Aaron`s Bible. Alguém mais teve a experiência desagradável? Informem, pq vou ficar muito feliz de dar um esporro nessa cambada de filhos da puta, se eles tiverem posto um redirecionador no meu site.

Bem. Impressões de Curitiba. É razoável e impressionante o quanto eu não me lembro de nada desta cidade, que me parece um labirinto irreconhecível. Além de algumas ruas (como esta onde estou agora), parques, e além do Shopping, é claro, não me lembro de absolutamente nada, e é como se eu e Curitiba nunca tivéssemos nos conhecido, ou apenas encontrássemos um ao outro na rua e, após trocar olhares, murmurássemos para nós mesmos: “já vi esse sujeito antes”.

Das poucas coisas que reconheci, todas pareciam – ia escrever menores e me arrependi. Não parecem menores. Parecem ter sofrido os efeitos de um afastamento de câmera, como se eu tivesse retirado a espada do Templo do Tempo em Zelda 64. Quando vc chegava lá com o Link da primeira vez ele tinha 10 anos e a câmera grudava atrás dele; então chegando na espada e apertando B, após uma enorme seqüência de efeitos especiais luminosos e algumas parcas explicações para a viagem no tempo, seu bonequinho desperta na mesma sala 7 anos mais velho, e a câmera assume sua posição uns 3 passos atrás de onde estava – de maneira q Link ainda ocupa o mesmo espaço na tela, mas todo o resto parece incrivelmente menor.

Qdo olhei o brinquedo de madeira da entrada do Bosque João Paulo II e percebi que, enquanto que antigamente entrava nele pelas brechas entre os troncos pq passar por eles era difícil, se hj em dia fosse fazer a mesma coisa, não só seria ridiculamente fácil passar por cima, como impossível entrar pelas brechas. Tbm me pareceu ridiculamente rápida minha visita o Bosque, como ao shopping Mueller, coisas q eram gigantescas, imensas, e agora terminaram em 10 minutos. Semelhante ao Link encontrando e matando uma aranha gigante com uma única cutucada de espada ou pegando um arco-e-flecha ao invés de um estilingue.

O shopping aliás foi um choque: tiraram toda a área imensa pra crianças e o autorama. Fizeram um outro andar – e ainda assim o negócio na dá nem metade do Rio Sul, aliás se der um terço é muito. O Shopping Mueller era um mundo! Eu me perdia muito sério lá dentro... Bom.

Ontem de noite fui num troço chamado Crossroads, um barzinho, que não é bar nem muito menos pequeno, e embora aki chegue a ser “mainstream”, no Rio vc vai sofrer muito pra achar, se é que vai: toca Rock clássico o tempo todo e tem dois andares. Rock e dois andares são termos q não combinam no Rio, aparentemente... Parece mesmo ser o pai do General Lee de Cabo Frio.

Tbm encontrei, em menos de 24 horas, um casal de RPGistas – e quero dizer com isto um homem e uma mulher, não “casais” como o Marco e o Tiago. Tudo sem contar o esperado: ônibus sanfona, que era o meu equivalente a um ollyphant quando pequeno (vc sabe, akeles bichos q o Samwise Gamgee queria ver), seus acompanhantes, os pontos de ônibus onde vc paga a passagem antes de subir, muitas ruas de mão dupla, uma brisa gelada mesmo nos dias mais quentes, e muita gíria estranha q ainda estou absorvendo.

Tenho perguntado e compartilhado muitas opiniões a meu fone de ouvido, tbm. Percebi q, além de mim mesmo, ele era a única coisa presente que tinha vindo de Curitiba em 88, qdo ainda era parte do meu Walkman e não do discman, e agora retornou comigo em 2003. Graças a Deus ele ainda não respondeu, mas acho q queria muito vir e deve ter sabotado todos os outros fones da casa com este propósito. Acho q foi como o último desejo de um moribundo: ele parece tão melancolicamente feliz, q vi morrer de velho qdo voltar pro Rio.

Bom, eu apareço por aí. Podem me mandar mails, mas meu icq aki ainda está problemático.

posted by Heitor 7:40 PM

 

"Eu esperei uma eternidade por isso... atualizaram o bonilha!"

archives

Atualizado quando eu quero e foda-se!

----------------

APOIO:

Gundam

A Lei do Longe

Autobots

Júpiter

Pinga: marca genérica

Tróia

-----------------

LINKS

alguém devia proibir esse tipo de trocadilho idiota.

Outros Blogs:

O Blog do Lendário Rufus (R. Balbi)

Catarse Virtual (Sabrina)

Leis de Murphy (Carregal)

Blahg! (Raposo)

Onofre Gusmão Comenta (Onofre)

Pop The Cherry (Taty)

Paebolizando com o Miurráuse (Miurráuse)

Bobeatus Fostes... (Alex)

Refresco de Tamarindo (Fábio)

Só Porque Sim (Juliana)

Grupos:

Olha, parece até a seleção autobot de futebol.

Homepage do Movimento Lodista

O Quartel General

Nerdz

Aliança Transformers Brasil

Xenogears: God and Mind

Zenosaga.com

Final Fantasy Online

Outros:

"Urgh! Arte!"

Encyclopedia Mythica

GameFAQs

Grosseria

The Official Counter-Strike Homepage

The Glenn Perry and AAP HP

The Mountain Astrologist

 

Nem todo mundo pode parecer sinistro. A maioria fica apenas... ridícula.

Bem-vindos! O blog mudou de hospedeiro, mudou de cara, largando aquela coisa de template temático, mas continua a mesma parada tosca.

BONILHA BLOG não é um projeto, não é uma experiência, é apenas um lugar onde posso escrever publicamente o que quer que ache interessante, para quem quer que ache interessante poder ler.

 

QUEM É VOCÊ?

Heitor Coelho, na casa dos vinte, atualmente no limbo entre bacharelado e advocacia, magalômano, ponto focal de convergência de interesses esdrúxulos, frequentemente confundido com Hector Bonilla, acredita em dialética, astrologia e robôs gigantes.

Se você tem algum comentário sobre esse blog, ou encontrou algum erro, link defeituoso, etc., por favor mande-me um mail

BREVE:

Xenosaga: Episode 2! Haradrynn! Tao 2! E mais referências pseudo-intelectuais do que você poderia contar nos dedos!

CONTOS DO BONILHA!

O velho Kryptus parece meio cansado... já faz 8 anos q ele estreou um conto meu.

Para você ler online, ou baixar para ler no seu computador. Um estoque permanente de toda minha "extensa" obra literária!

PS: Parei com aquela porcaria de legenda, aquilo dava muito trabalho...

CONTOS:

"APRENDIZ DE FEITICEIRO"- este é dos velhos. Magos infestam um futuro apocalíptico(q, aliás, já passou;-)).

"O ARNALDO É LOUCO" - crônica escolar, sobre meu antigo professor de matemática.

"OS DIAS NEGROS DE KRYNN" - ainda mais velho, meu primeiríssimo. D&D puro, se vc num gosta, fique longe.

"DEZ REALIDADES" - coletânea de dez pequenos contos ligeiramente interligados.

"DESCRENÇA EM 6° CÍRCULO" - menos D&D q Dias Negros, mas muito maior. Velhos companheiros de aventura reencontram-se, agora como inimigos.

"É, MAURÍCIO..." - o trágico fim de Maurício Razi?

"A TERRA DA DEUSA FURIOSA" - uma expedição rumo ao desconhecido e um final inusitado.

"NÉVOA PRATEADA" - a sequência de "Aprendiz de Feiticeiro".

"MOLHADO" - um assento de Ônibus molhado e muita realidade consensual.

"MATRIZ" - pequena sequência de estórias passando-se na Casa da Matriz, aki no Rio.(antes q vc pergunte, com personagens fictícios)

"RANDÔMICOS" - a origem de Gericault, andarilho dos olhos prateados, e um breve debate sobre Destino, Acaso e Morte.

"KÉRAMUS E O POTE DE VENTO" - a história do mago mais poderoso de Heshna, e de como ele consegiu encher um pote com vento.

"JUSTIÇA" - conto policial com Shade, um detetive levemente amargo.

"MUUNAITE III, DE PARTI" - 2 amigas batem um papinho na festa mais boyplay da cidade.

"TAO, O NOME" - conheça TAO, o maior jogador de videogame de todos os tempos.

"O SONHO DE TAKASHI" - o primeiro conto lodista! Pode Takashi lembrar-se de seu sonho e sua idéia ao mesmo tempo?

"PISANDRO" - um professor de História relembra sua juventude, seu amor perdido, e suas desavenças com Deus e o Destino.

"O EVANGELHO SEGUNDO K. C." - dois senhores discutem música e religião num futuro próximo. Bom, não tanto.

"NADA DEMAIS" - Nada demais mesmo. Juro.

"TAO - POR QUE LUTAR" - Tao, o rei dos games, revela algo do seu passado, e de como começou a jogar sério.

"BRINQUEDOS" - Os brinquedos de Joãozinho eram especiais: podiam falar e até mesmo brincar sozinhos! Ou será que eles estavam trabalhando?