segunda-feira, agosto 25, 2003

 
SORRISOS

Pergunta q tenho certeza q já fiz, ou ao menos ouvi/li antes: pq diabos as pessoas sorriem qdo vão tirar uma foto? Resposta óbvia: pq querem ficar registradas como pessoas alegres, ou querem registrar akele momento como um momento alegre e variáveis semelhantes.

Não é q eu não sorria na maioria das fotos, mas sempre desconfiei desta premissa. Outro dia me peguei retornando a este pensamento, e comecei a matutar q ele faria mesmo pleno sentido - se o mundo só tivesse existido a partir do séc. XX. Pq antes de inventarem o diabo da máquina fotográfica, as pessoas ainda assim se retratavam através do desenho e da escultura; e fala sério, qtos quadros vc já viu de pessoas sorrindo? Escultura, então, nem pensar, é uma raridade.

Pq? Talvez pq a fotografia tenha-se tornado algo tão corriqueiro, tão... frívolo? Talvez a partir do momento q temos q trabalhar um pouco mais pra se chegar a uma imagem, os mesmos sorrisos de sempre pareçam pouco pra toda essa dedicação. Mas um sorriso é pouco? Talvez só seja pouco pq é repetitivo. Mas então, pq o repetimos?

Se pudéssemos pintar quadros em cinco segundos, nós retrataríamos sorrisos? Tenho certeza de q eu não. Muito frequentemente penso em desenhos inteiros q eu faria - se conseguisse ao menos traçar uma linha reta sem uso de régua e, depois disso, conquistasse a paciência de praticar bastante, é claro. Juro pra vcs. Mas talvez isso se deva ao fato de q quase nenhuma das coisas q eu desenharia existem no mundo real; ou mais do q isso, de q sou incapaz de me preocupar com um momento o suficiente para pensar em guardá-lo em qquer lugar q não minha memória.

Eu não filmo, não tiro foto, não escrevo cartão, mal dou parabéns. E tenho certeza q, em algum lugar da minha cabeça, toda vez q alguém sorri pra tirar uma foto, ou fica de palhaçada pra aparecer pra filmadora, tenho nojo disso - especialmente qdo sou eu q faço, é claro, e eu sempre faço. Tudo parece tão falos, akela alegria, akeles sorrisos são todos forjados; via de regra pode-se olhar pra todos eles e dizer q nada dakilo era realmente assim. De cada coleção de fotografias q vejo, 90% dispenso como lixo, rio amarelo, digo "q legal" e penso com meus botões: foda-se. Não é q a coleção de fotos velhas da minha família ou algumas outras pouquíssimas q teho não me comovam, ninguém é burroi pra negar q fotos têm essa capacidade.

É mais pra: qtos dakeles momentos foram realmente, quero dizer realmente importantes pra vc? E qtos outros momentos muito mais importantes nunca ficaram registrados? Pq não tiramos fotos de nossas derrotas, nossos choros e nossas desgraças?

Pq tirar uma fotografia, ao contrário de um quadro, é uma coisa de um momento só, é a curtíssimo prazo, instantâneo, clic! E a curto prazo, ninguém busca nada a não ser alegria e prazer, e não quer saber de registrar sua própria humilhação ou qquer coisa q desgosta - isto é de pronto rejeitado. Mas a longo prazo, não basta. Por isso é q pintores passam anos expressando de formas diferentes experiências da vida q jamais teriam fotografado, e q a maioria das fotos em nossa coleção não nos diz nada.

Demora-se um instante pra se forçar um sorriso, mas um sorriso verdadeiro leva tempo, e geralmente só vem depois dos momentos q vc não fotografou. Leva-se um instante para se bater uma foto, mas muito mais tempo para separar as q realmente importam guardar, ccomo se leva muito tempo para pintar um quadro.

Mas não deixe as fotos te iludirem, camarada. Sorrisos não duram para sempre, é justamente por isso q vc os fotografou.
posted by Heitor 7:55 PM

Bem-vindos! O blog mudou de hospedeiro, mudou de cara, largando aquela coisa de template temático, mas continua a mesma parada tosca.

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Heitor Coelho, na casa dos vinte, atualmente no limbo entre bacharelado e advocacia, magalômano, ponto focal de convergência de interesses esdrúxulos, frequentemente confundido com Hector Bonilla, acredita em dialética, astrologia e robôs gigantes.

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PS: Parei com aquela porcaria de legenda, aquilo dava muito trabalho...

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"APRENDIZ DE FEITICEIRO"- este é dos velhos. Magos infestam um futuro apocalíptico(q, aliás, já passou;-)).

"O ARNALDO É LOUCO" - crônica escolar, sobre meu antigo professor de matemática.

"OS DIAS NEGROS DE KRYNN" - ainda mais velho, meu primeiríssimo. D&D puro, se vc num gosta, fique longe.

"DEZ REALIDADES" - coletânea de dez pequenos contos ligeiramente interligados.

"DESCRENÇA EM 6° CÍRCULO" - menos D&D q Dias Negros, mas muito maior. Velhos companheiros de aventura reencontram-se, agora como inimigos.

"É, MAURÍCIO..." - o trágico fim de Maurício Razi?

"A TERRA DA DEUSA FURIOSA" - uma expedição rumo ao desconhecido e um final inusitado.

"NÉVOA PRATEADA" - a sequência de "Aprendiz de Feiticeiro".

"MOLHADO" - um assento de Ônibus molhado e muita realidade consensual.

"MATRIZ" - pequena sequência de estórias passando-se na Casa da Matriz, aki no Rio.(antes q vc pergunte, com personagens fictícios)

"RANDÔMICOS" - a origem de Gericault, andarilho dos olhos prateados, e um breve debate sobre Destino, Acaso e Morte.

"KÉRAMUS E O POTE DE VENTO" - a história do mago mais poderoso de Heshna, e de como ele consegiu encher um pote com vento.

"JUSTIÇA" - conto policial com Shade, um detetive levemente amargo.

"MUUNAITE III, DE PARTI" - 2 amigas batem um papinho na festa mais boyplay da cidade.

"TAO, O NOME" - conheça TAO, o maior jogador de videogame de todos os tempos.

"O SONHO DE TAKASHI" - o primeiro conto lodista! Pode Takashi lembrar-se de seu sonho e sua idéia ao mesmo tempo?

"PISANDRO" - um professor de História relembra sua juventude, seu amor perdido, e suas desavenças com Deus e o Destino.

"O EVANGELHO SEGUNDO K. C." - dois senhores discutem música e religião num futuro próximo. Bom, não tanto.

"NADA DEMAIS" - Nada demais mesmo. Juro.

"TAO - POR QUE LUTAR" - Tao, o rei dos games, revela algo do seu passado, e de como começou a jogar sério.

"BRINQUEDOS" - Os brinquedos de Joãozinho eram especiais: podiam falar e até mesmo brincar sozinhos! Ou será que eles estavam trabalhando?