sexta-feira, outubro 24, 2003
quarta-feira, outubro 22, 2003
Como de costume, sempre levo um tempo pra começar a prestar atenção nas letras dos CDs q pego/compro. Assim, só no meio da semana fui começar a dar atenção às palavras de "Thriteenth Step", do Perfect Circle, e só ontem fui me ligar na melhor letra do album, "Pet", q eu lembrei já ter visto antes. Passeando pelos forums da XGAM, encontrei-a citada por um americano contrário à guerra do Iraque (sim, eles existem), num tópico onde discutia-se exatamente isto.Segue a letra, q é foda.
Pet Don't fret precious I'm here
Step away from the window
And go back to sleep
Lay your head down child
I won't let the boogeyman come
Count the bodies like sheep
To the rhythm of the war drums
Pay no mind to the rabble
Pay no mind to the rabble
Head down, go to sleep
To the rhythm of the war drums
Pay no mind what other voices say
They don't care about you
Like I do, like I do
Safe from pain and truth and choice
And other poison devils
See, they don't give a fuck about you
Like I do
Just stay with me
Safe and ignorant
Go back to sleep
Go back to sleep
Lay your head down child
I won't let the boogeyman come
Count the bodies like sheep
To the rhythm of the war drums
Pay no mind to the rabble
Pay no mind to the rabble
Head down, go to sleep
To the rhythm of the war drums
I'll be the one to protect you from
Your enemies and all your demons
I'll be the one to protect you from
A will to survive and a voice of reason
I'll be the one to protect you from
Your enemies and your choices, son
They're one and the same
I must isolate you
Isolate and save you from yourself
Swayin' to the rhythm of the new world order
Count the bodies like sheep
To the rhythm of the war drum
The boogeymen cometh
The boogeymen cometh
Keep your head down
Go to sleep
To the rhythm of the war drums
Stay with me
Safe and ignorant
Just stay with me
I'll hold you and protect you from the other ones
The evil ones
Don't love you son
Go back to sleep
posted by Heitor 6:34 PM
terça-feira, outubro 21, 2003
LONGE DO AMOR E DO SOFRIMENTO Essa história de transcendência.
Mais um dia desses de discussão com o pessoal em frente à Maria Quitéria - ou no Bebê, ou no trajeto entre eles, não lembro direito - estávamos contestando os teoremas do Balbi a respeito da superação do sofrimento, particularmente em relação ao amor que, como bem se sabe, anda sempre junto dele. Pois o Balbi, que andou incorporando uns preceitos Schopenhauerianos no seu sistema recentemente, defende, ou acredita que, num futuro (muito) distante, o ser humano se desprenderá da emoção e dos malefícios por ela trazidos, estas meras ilusões causadas por impulsos biológicos.
Lógico, a pergunta seguinte foi "até o amor, Balbi?" "Especialmente ele." Foram-se fazendo argumentos contra, primeiro a alegação de que, ao contrário do que dizia o Balbi, a humanidade não caminha em direção à razão, não há essa evolução que se quer delinear, continuamos tão sujeitos a elas quanto antes, só que as nossas emoções agora se transformaram numa necessidade urgente de atingir a racionalidade - a racionalidade é emocionalmente induzida, logo não pode fugir a ela. "Mas é justamente por isso", retrucou Balbi, "que a razão vai superar a emoção, porque foi criada por ela. Quantas vezes foi dito que a criatura matará o criador?" "Está dizendo que o sofrimento só existe para que se busque superá-lo?" "É claro!" (tá certo, Balbi, eu provavelmente não estou reproduzindo o seu lado fielmente, mais adiante vc me corrige).
Ora, e porque se haveria de querer superar o sofrimento, pergunto eu? Se ele é o preço a se pagar pelo amor e pelas demais emoções, nada mais justo. Talvez um dia, quando alcançar um estado de ser transcendental, a emoção, e mesmo a razão como a conhecemos (acho que, assim que a emoção desaparecesse, a razão, seu complemento, teria de se tornar alguma outra coisa), venham a desaparecer, mas aí, camarada, já não se falará mais em humanidade, é uma coisa muito além da nossa compreensão. E não vejo porque eu, Heitor, haveria de almejar chegar lá, não vejo nem ao menos porque, se me fosse oferecida a possibilidade, amanhã de manhã, eu o faria. Foi o que eu disse naquela noite e, voltando pra casa, fiquei encasquetado, porque tinha certeza de que já tinha dito, ou ao menos ouvido, palavras muito semelhantes em outra ocasião. No dia seguinte eu lembrei onde:
Xenogears!
Mas é claro. Eu tinha visto palavras semelhantes ao jogá-lo, e usado palavras semelhantes quando discuti a respeito dele nos forums da XGAM, aliás logo q comecei a participar. A transcendência como escolha e fuga das emoções é um dos mais fortes temas do jogo, talvez o mais forte de todos, até porque seu derradeiro. E muito embora o fim da saga não tenha sido definitivo (lembremo-nos, XG é apenas o episódio 5 de 6), já nesse ponto há uma escolha do herói, e ele não escolhe a transcendência. Calma, vou explicar.
Vale repetir. Vc q não jogou Xenogears e pretende fazê-lo um dia: ler qquer coisa q esteja duas linha abaixo desta (e no mesmo post) tem gdes chances de destruir sua experiência de jogo. Vc foi avisado.
*****SPOILER*****
Pois bem. Fei, o herói de Xenogears, é o Contato, um ser humano iluminado, pois uma de suas "encarnações" (não vou explicar as aspas... qquer coisa dê um pulo aki onde já expliquei uma boa parte da estória) entrou em contato (dã) com uma existência superior através do Zohar Modifier, e tornou-se um elo entre este plano e ela. Há tbm uma máquina iluminada, "Deus" (é, o nome da máquina é Deus, só q no original, em latim, saca?), q entrou em contato com a mesmíssima entidade, e tem um poder absurdo, sendo o antagonista da trama ao menos aparentemente. Será?
Elly é a mocinha, a Anti-type, que tbm reencarnou diversas vezes, a primeira delas tendo sido moldada e extraída da Mãe primordial pelos desejos do primeiro Contato. Seus destinos estão inevitavelmente interligados: estão fadados a se apaixonar, e ela, a dar a vida por seu amado. É mesmo meio trágico.
Por fim, Krelian, decididamente o mais popular dos antagonistas, não teve nenhuma reencarnação, nem tem uma origem ancestral, mas tem, sim, extraordinária habilidade científica e 500 anos de idade proporcionados pela nanotecnologia q ele mesmo desenvolveu. É dele principalmente q vou falar.
500 anos antes, Krelian era um grande amigo de Lacan (o Contato; sim, isto é uma referência do jogo ao filósofo), e perdidamente apaixonado por Sophia (Anti-Type). Mas como era de se esperar, não só seu amor não foi correspondido, já q Lacan e Sophia apaixonam-se, como ela foi cruelmente assassinada durante uma batalha, protegendo Lacan, pois era seu destino morrer protegendo o Contato. Arrasado, Krelian decide que nunca ninguém deveria sofrer como ele sofreu, nem muito menos como sua amada sofrera. Ele sai para procurar a causa de todo o sofrimento e um modo de superá-lo ("Sophia... Please guide me... I will destroy all false pretences of
love, for you..." - um amor q origina uma busca para se fugir ao amor.)... e encontra uma resposta: Deus (a máquina, não a entidade do monoteísmo). O computador precisava de reparos na sua estrutura, reparos que já haviam levado 9.500 anos para serem feitos desde que chegara ao planeta, e ainda levariam mais 500, necessitando de peças orgânicas em abundância, que só poderiam ser providenciadas pelos humanos nascidos a partir da matriz genética q ele lá plantara qdo chegou - a Mãe (sim, todos os humanos do planeta de XG foram gerados por essa máquina, por isso a chamam de Deus). Mas, unidos a uma criatura - se é q pode-se chamá-la assim - iluminada, q servia como ligação para um plano de existência superior, os humanos poderiam tbm eles alcançar a transcendência, escapando da dor e do sofrimento.
Na verdade era mais complicado, o plano envolvia o massacre de alguns milhões de inocentes e uma série de experiências desumanas com os mesmos - às quais Krelian sem titubear deu rumo, buscando com isso afastar-se do caminho da tola emoção, ao mesmo tempo trabalhando pelo bem maior e anestesiando-se da própria dor. E após 500 anos, justo na época em q o plano de Deus estava para se concretizar, novamente reencarnam o Contato (agora Fei) e a Anti-Type (Elly), as maiores ameaças a ele.
Krelian busca encarregar-se deles. Como Fei, devido a seus traumas, não consegue acessar seu imenso poder, Krelian o captura e ameaça sua vida; como era de se esperar, Elly oferece sua vida pela dele, e bastaria q ela realmente fosse morta para q não só sua ameaça como a de Fei, q ficaria completamente sem rumo, cessassem. Mas Krelian não o faz. Daí dizer q ele é, ao mesmo tempo, o maior vilão e herói da estória, uma espécie de Darth Vader. Se Krelian matasse Elly, tudo acabava ali mesmo.
Mas não, ele apenas a captura. A perspectiva de salvar Elly acaba despertando Fei, q, com toda a capacidade do Contato, desperta Xenogears, o Assassino de Deuses (o robô gigante q Fei pilota e dá nome ao jogo ;-)). Ele desafia e derrota Deus, penetrando na dimensão adjacente onde Krelian e Elly se encontram, e este, através da ponte feita por Deus, está prestes a atingir um estado transcendental.
Eis aki o momento crucial. O último diálogo do jogo é entre Krelian e Fei, mais tarde acrescentando-se Elly. Krelian oferece a Fei a oportunidade de unir-se a ele em sua ascensão, prometendo-lhe uma vida livre do sofrimento cíclico a q ele estava fadado. O trecho mais importante:
Krelian:"Lacan... Why such reluctance to become one with the god? What
attachment could you possibly have to this wretched old world? What meaning can be found in living out such a short existence... hurting others, hurting yourself, grinding one another down... only to inevitably die and return to dust? Why, everything we could ever desire is here... No need to be troubled by the need for love...(...) Mankind has merely been allowed to live in an imperfect state... "as is", "as will be"... It is for this very reason... because humans have this wretched 'will' or whatnot... that humans must experience sadness and loss.(...)Fei: We don't have to be perfect. Actually, being imperfect makes mankind live by helping each other... That's what being human is."
Pronto, aí está a escolha de Fei, q diante da possibilidade da transcendência, escolhe a humanidade imperfeita, sujeita à emotividade e às ilusões/necessidades biológicas. E Krelian, q pretendia livrar-se de toda emoção, logo em seguida liberta Elly, permitindo q ela e Fei se reunam e retornem para o mundo normal, pedindo perdão pelas atrocidades que cometeu, mas ainda assim ascendendo para unir-se ao Zohar e, em suas palavras, "andar com deus", ou seja, transcendendo a humanidade.
Quem estava certo? Não sei, talvez ninguém. Krelian nunca chega ao posto de antagonista pleno. Não só se arrepende de suas atrocidades, como fica claro q, desde o princípio, as cometeu com um propósito nobre, desde sempre o fez por compaixão aos outros. Ainda assim, antes de ascender, olha uma última vez para Elly e Fei e diz, sorrindo, que os inveja, pois nunca mais poderia experimentar o amor como eles poderiam fazer dali em diante. Já Fei, ainda q agora estivesse ao lado de seu amor, estava, como todos os humanos, preso à dor e ao sofrimento; e por mais q ele entenda sua escolha, entenda o preço q paga por ela e enfrente a vida, ele permanecerá humano e imperfeito. Tenho certeza, pelo menos até onde me conheço, de q, na mesma situação, eu escolheria como Fei - q me importa a transcendência? Se eu tenho um gde amor, deixe-me vivê-lo em paz, com todo o sofrimento e tragédia q dele advém; na pior das hípóteses, teremos uma boa história.
Mas então, pq se dar ao trabalho de ter contado esta estória em particular? Bom, primeiro, para ilustrar a coisa. Segundo, para mostrar q, não só há q se discutir a possibilidade ou não, haverá q se falar sempre em escolha. Mas terceiro, talvez mais importante, para aplicar a velha lição Budista: Buda só pôde alcançar o Nirvana por meio de sua imensa compaixão, e por isso mesmo retornou para passar adiante seus ensinamentos. Da mesma forma, Krelian, ainda q muito mais vilanescamente, fez tudo o q fez por compaixão, e amor a Sophia. Suas emoções não eram a ilusão, e sim seu Ego. Não foi o racionalismo q os levou para um plano superior, ainda q ele tenha sido usado, foram suas emoções, apenas elas puderam superar a barreira do Eu e uni-los ao restante da existência, para, ao mesmo tempo, colocá-los acima dela - da dor e do sofrimento. E a razão, sozinha, levaria não somente à extinção do q se convencionou por chamar de humano, mas à manutenção do Ego; uma superação do sofrimento, talvez, mas vazia e, com certeza, não transcendental.
posted by Heitor 5:02 PM
Atualizado agorinha o Carrasco de Órion. Falando em frequência semanal, hein?
Minha fantástica descoberta de hj enquanto surfava por aí hj: o Pessoas do Século Passado, site q o Dodô, DJ, jornalista e afins, já idealizava há muito tempo. Talvez vc se ligue q este é tbm o nome da festa q acontece na Casa Rosa, em Laranjeiras, todo sábado; é vero, Dodô é quem organiza a festa e, se hj em dia toca pouco por lá, é pq andou viajando. Também há, ou haverá, um livro homônimo, de autoria do próprio.
Não vou explicar exatamente o que é o site, mas é muito bom, vão lá e visitem.
posted by Heitor 12:05 AM
Atualizado quando eu quero e foda-se!
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Bem-vindos! O blog mudou de hospedeiro, mudou de cara, largando aquela coisa de template temático, mas continua a mesma parada tosca.
BONILHA BLOG não é um projeto, não é uma experiência, é apenas um lugar onde posso escrever publicamente o que quer que ache interessante, para quem quer que ache interessante poder ler.
QUEM É VOCÊ?
Heitor Coelho, na casa dos vinte, atualmente no limbo entre bacharelado e advocacia, magalômano, ponto focal de convergência de interesses esdrúxulos, frequentemente confundido com Hector Bonilla, acredita em dialética, astrologia e robôs gigantes.
Se você tem algum comentário sobre esse blog, ou encontrou algum erro, link defeituoso, etc., por favor mande-me um mail
BREVE:
Xenosaga: Episode 2! Haradrynn! Tao 2! E mais referências pseudo-intelectuais do que você poderia contar nos dedos!
CONTOS DO BONILHA!
PS: Parei com aquela porcaria de legenda, aquilo dava muito trabalho...
CONTOS:
"APRENDIZ DE FEITICEIRO"- este é dos velhos. Magos infestam um futuro apocalíptico(q, aliás, já passou;-)).
"O ARNALDO É LOUCO" - crônica escolar, sobre meu antigo professor de matemática.
"OS DIAS NEGROS DE KRYNN" - ainda mais velho, meu primeiríssimo. D&D puro, se vc num gosta, fique longe.
"DEZ REALIDADES" - coletânea de dez pequenos contos ligeiramente interligados.
"DESCRENÇA EM 6° CÍRCULO" - menos D&D q Dias Negros, mas muito maior. Velhos companheiros de aventura reencontram-se, agora como inimigos.
"É, MAURÍCIO..." - o trágico fim de Maurício Razi?
"A TERRA DA DEUSA FURIOSA" - uma expedição rumo ao desconhecido e um final inusitado.
"NÉVOA PRATEADA" - a sequência de "Aprendiz de Feiticeiro".
"MOLHADO" - um assento de Ônibus molhado e muita realidade consensual.
"MATRIZ" - pequena sequência de estórias passando-se na Casa da Matriz, aki no Rio.(antes q vc pergunte, com personagens fictícios)
"RANDÔMICOS" - a origem de Gericault, andarilho dos olhos prateados, e um breve debate sobre Destino, Acaso e Morte.
"KÉRAMUS E O POTE DE VENTO" - a história do mago mais poderoso de Heshna, e de como ele consegiu encher um pote com vento.
"JUSTIÇA" - conto policial com Shade, um detetive levemente amargo.
"MUUNAITE III, DE PARTI" - 2 amigas batem um papinho na festa mais boyplay da cidade.
"TAO, O NOME" - conheça TAO, o maior jogador de videogame de todos os tempos.
"O SONHO DE TAKASHI" - o primeiro conto lodista! Pode Takashi lembrar-se de seu sonho e sua idéia ao mesmo tempo?
"PISANDRO" - um professor de História relembra sua juventude, seu amor perdido, e suas desavenças com Deus e o Destino.
"O EVANGELHO SEGUNDO K. C." - dois senhores discutem música e religião num futuro próximo. Bom, não tanto.
"NADA DEMAIS" - Nada demais mesmo. Juro.
"TAO - POR QUE LUTAR" - Tao, o rei dos games, revela algo do seu passado, e de como começou a jogar sério.
"BRINQUEDOS" - Os brinquedos de Joãozinho eram especiais: podiam falar e até mesmo brincar sozinhos! Ou será que eles estavam trabalhando?