sexta-feira, junho 11, 2004
quarta-feira, junho 09, 2004
Viva o soulseek: tô browseando pelos arquivos de um desses malucos q passa de meia dúzia de milhares de músicas, qdo vejo um folder de uma tal de black mages. Aí abro o negócio e vejo q no único album tá escrito "Nobuo Uematsu & The Black Mages" - aí eu quase tive um troço.Pra quem não sabe (imagino q seja a maioria), Nobuo Uematsu é o compositor de TODAS as trilhas sonoras de TODOS os Final Fantasy. O cara é uma assumidade; lógico q não é perfeito e já fez algumas coisas meio toscas, mas o q ele fez, especialmente nos primeiros FFs onde compunha com tecnologia de mid 8 bits e ainda assim eu parava pra ouvir a musiquinha, cara é muito impressionante. Eu não fazia idéia q ele tinha banda, e talvez não tenha, pq o tal Black Mages não aparece nem no all music, e em outros usuários q tinham a banda raramente o nome de Uematsu aparece junto.
De um jeito ou de outro, sejam os caras quem forem, realizaram um antigo sonho de todo fã da série: juntaram um bateram, um baixo, uma guitarra e um teclado, e fizeram um disco só de músicas de batalha de Final Fantasy. Vcs não adivinham qtas vezes eu fiquei viajando de como seria uma versão arranjada dessas músicas, e de como eu tinha raiva pelas músicas de batalha terem sempre sido desconsideradas pelos arranjadores que trabalhavam nas versões orquestradas - talvez com razão, já q estes discos eram orquestrados e as músicas aceleradas provavelmente naum caberiam bem neles.
Mas e aí, presta? Ahn... sim e não. Acho q o maior problema é eles terem dado muita ênfase ao teclado, de forma q a maior parte das músicas continua parecendo videogame, só com uma guitarra no fundo. Verdade q eu ainda não ouvi direito e posso me arrepender disso, mas em Clash On The Black Bridge, Seymour, e Force Your Way ficou bem distante do q eu esperava. Tbm não perdoei ainda o q eles fizeram com o Battle Theme de FFVI, q sempre implorou por uma versão tendendo pro punk-rock, e eles gravaram como um metalzão estilo metallica. Por outro lado, nas músicas em que o teclado marcante era uma necessidade absoluta, o som ficou bom - bom, eu pelo menos gostei paca. Claro q isso pode ter a ver com o fato de q eram quatro músicas q eu tinha no cpu extraídas direto do jogo e de encará-las de forma totalmente a-crítica, mas foda-se. Jenova está um tecno inesperado mas divertido, e Decisive Battle (FFVI) podia ser melhor, mas é boa demais pra ser estragada. Agora Those Who Fight Further (FFVII) está perfeita, e Dancing Mad está ducarai, mas ducarai mesmo. Cara eu não acreditei qdo vi q eles fizeram todos os 12 minutos de música, igualzinho igualzinho igualzinho! fantástico sensacional! Se vc gosta de FF BAIXE AGORA! Pelo menos essas quatro. Não é perfeito, mas já tá bom paca.
posted by Heitor 1:33 PM
terça-feira, junho 08, 2004
LEVADA A SÉRIO Tem um troço que o Aurélio vivia dizendo que eu lembrei ontem qdo estava vendo Simpsons - mas só lembrei pq tbm tinha acabado de ver Friends. Vc não precisa ver um depois do outro pra perceber a diferença de qualidade, mas ajuda um bocado.
O Aurélio dizia, ao menos até onde me lembre, q o q impedia Friends de ser bom era o fato de se levar tão a sério - como nas vezes em q o episódio terminava com fulano brigando com cicrana e indo cada um pro seu canto chorar, ao invés de com a tradicional piadinha dos créditos. Não acho q Friends seja ruim, na verdade é engraçado; é especialmente engraçado nos momentos de absurdo, isto é, qdo não se leva a sério, como, por exemplo, qdo os personagens apostam apartamentos num quizz, ou casam-se uma vez por ano. Isso é o que distingue o bom do realmente bom, ao menos em matéria de comédia: a comédia verdadeiramente boa não precisa se levar a sério para se séria, nem muito menos para passar alguma mensagem, séria ou não.
O episódio de ontem dos Simpsons é talvez o melhor de todos os tempos, o do assédio sexual - em que Homer é injustamente acusado de assédio e massacrado pela mídia e, depois de inocentado, declara em alto e bom som: "não aprendi absolutamente nada com o que me aconteceu!" Ele é um idiota até as últimas consequências, não deixa de sê-lo para que o espectador possa se sentir confortável com a própria estupidez ou com o absurdo da situação, não se torna um sujeito subitamente responsável, sério ou mesmo coerente; e assim a comédia permanece comédia.
Isto talvez se deva ao fato de a comédia e a tragédia serem irmãos quase gêmeos, e que no fundo, no fundo, a primeira pode mostrar-se tão ou mais desagradável que a segunda; e coisas desagradáveis não fazem sucesso ou, ao menos, é mais difícil que façam. Mas a grande coisa da comédia, da boa comédia, quero dizer, é que ela em momento algum foge à crueldade da vida; pelo contrário, ela bate de frente com tudo que há de pior e sai rindo. Não minimiza os problemas pq sabe achar graça neles como são, não pára pra dar lição de moral nem pra fazer as coisas se endireitarem - elas ou se endireitam por si mesmas, ou acabam mal e foda-se, e a moral fica clara pq é clara, ou não fica, ou nem existe.
É por isso que Friends, assim como quase todas as comédias da sessão da tarde estilo "gênio muito louco", "turma da pesada", "grandes enrascadas", etc., não chegam aos pés de Monty Python, Simpsons (na sua maior parte) ou Seinfeld: são na verdade comédias meia-boca, uma mistura mal-sucedida de gênero. A boa comédia pode até ser levada a sério - mas não por ela mesma.
posted by Heitor 3:38 PM
segunda-feira, junho 07, 2004
TROPEÇOS
Se tem uma coisa que eu fiquei me coçando, aliás imagino que isso seja normal, enquanto lia a República, foi com aquela estória de banir a arte mimética, censurar Homero e o caralho. Acho q esse é o problema em ler obras de gênios da argumentação: você pode até discordar, mas derrubar o argumento do cara é impossível. Vc precisa de outro gênio pra isso – e como eu (e meio mundo) não tardei a descobrir, o primeiro a se dar ao trabalho de descer o pau nessa estória de arte ser corruptora, falsa, distante da verdade, blábláblá, foi logo o Aristóteles.
Agora, pra você ver mesmo que ninguém pra criticar o mestre como um aluno, a outra coisa que eu estava me perguntando ultimamente era sobre o efeito em última estância tremendamente reflexivo das críticas do Platão. Porque afinal, se é condenável a arte, por estar imitando a imitação... então o que diabos ele está fazendo imitando o Sócrates? O que, o Homero não poder escrever como se fosse o Aquiles chorando por Pátroclo, pq isso não é elevado – mas ficar imitando um bando de atenienses velhos homossexuais atenienses discutindo sobre a justiça tudo bem? Não adianta nem dizer que está tudo bem enquanto você imitar pessoas de valor, discutindo coisas de valor, primeiro pq você ainda está imitando e, por isso, distante da verdade 3 vezes, mas segundo porque o Platão não se restringiu a isso! Ou alguém vai me dizer que ele considerava Alcibíades e Trasímaco modelos de virtude? E vá lá que eu não sou grande conhecedor de críticos da República, mas caramba, isso é tão na cara, como é que ninguém aparentemente nunca tinha tocado nisso? Como é que o próprio Platão não tinha percebido, como é que ninguém tinha lembrado ele?
Enfim, embora eu ainda fique meio pasmo com o pouco espaço dedicado a isto na Poética, é óbvio, lá está: Aristóteles enumera os diálogos Socráticos como gênero artístico – e mimético. E é engraçado como nisso ele ao mesmo tempo esculacha e defende o professor, o que resulta num paradoxo de interpretação para a lição da República: voltando o argumento contra a própria obra, ele invalida o axioma platônico apenas para, em seguida, ao defender a arte, conferir validade a ela; só que, dando-lhe validade, valida o argumento segundo o qual ela morde o próprio rabo, e lá vamos nós de novo.
Isso é q é uma merda com a vida: não só sempre tem alguém muito melhor do que você, como até ele vai tropeçar nos próprios pés de vez no fim das contas. Se formos ser críticos mordazes de verdade, pra valer com nós mesmos (e uns com os outros), manés que somos, estamos fudidos.
posted by Heitor 9:12 PM
PÁSSARO CONVICTO É PÁSSARO MORTO
Andei pensando numa versão alternativa daquela estorinha do beija-flor – vocês conhecem, aquela do incêndio na floresta, aí passa o urso, ou tigre ou sei lá, vê o beija-flor carregando um tantinho de água no bico, chega-se e pergunta pra ele se ficou louco, o que eles está fazendo voltando na direção do incêndio, se ele acha que vai fazer alguma diferença, e o beija-flor responde: “estou fazendo a minha parte”.
No começo essa me pareceu uma moral correta: estou fazendo minha parte, o problema não é meu, é do mundo. De uns tempos pra cá andava me parecendo meio estúpida, e eu não conseguia pensar no porquê; terminando de ler a opinião do Weber sobre política – que hoje em dia você encontra em banca de jornal a preço de revista; cada vez mais estou viciando em livro barato – eu logo fiquei matutando que havia um exemplo perfeito onde aplicá-lo. No caminho de casa, rememorando o anime market desse fim de (onde a estória foi mencionada mais uma vez) pimba! Liguei uma coisa na outra, e acho q a fábula do beija-flor merece a seguinte continuação:
Logo após dizer “estou fazendo a minha parte”, o burro do beija-flor voa em direção à floresta, queima uma asa, cai e é engolido pelo fogo. Vendo isso, o urso se lamenta: “porra, ele podia pelo menos ter tentado chamar o resto do pessoal pra ajudar antes.”
Moral da estória: convicção idealista e inconseqüente, alheia à realidade, isso qualquer um tem. Agora, pra aplicar uma convicção de maneira realista, responsável, isso é que não é pra qualquer um não, amigo.
posted by Heitor 11:43 PM
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Bem-vindos! O blog mudou de hospedeiro, mudou de cara, largando aquela coisa de template temático, mas continua a mesma parada tosca.
BONILHA BLOG não é um projeto, não é uma experiência, é apenas um lugar onde posso escrever publicamente o que quer que ache interessante, para quem quer que ache interessante poder ler.
QUEM É VOCÊ?
Heitor Coelho, na casa dos vinte, atualmente no limbo entre bacharelado e advocacia, magalômano, ponto focal de convergência de interesses esdrúxulos, frequentemente confundido com Hector Bonilla, acredita em dialética, astrologia e robôs gigantes.
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Xenosaga: Episode 2! Haradrynn! Tao 2! E mais referências pseudo-intelectuais do que você poderia contar nos dedos!
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PS: Parei com aquela porcaria de legenda, aquilo dava muito trabalho...
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"APRENDIZ DE FEITICEIRO"- este é dos velhos. Magos infestam um futuro apocalíptico(q, aliás, já passou;-)).
"O ARNALDO É LOUCO" - crônica escolar, sobre meu antigo professor de matemática.
"OS DIAS NEGROS DE KRYNN" - ainda mais velho, meu primeiríssimo. D&D puro, se vc num gosta, fique longe.
"DEZ REALIDADES" - coletânea de dez pequenos contos ligeiramente interligados.
"DESCRENÇA EM 6° CÍRCULO" - menos D&D q Dias Negros, mas muito maior. Velhos companheiros de aventura reencontram-se, agora como inimigos.
"É, MAURÍCIO..." - o trágico fim de Maurício Razi?
"A TERRA DA DEUSA FURIOSA" - uma expedição rumo ao desconhecido e um final inusitado.
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"MOLHADO" - um assento de Ônibus molhado e muita realidade consensual.
"MATRIZ" - pequena sequência de estórias passando-se na Casa da Matriz, aki no Rio.(antes q vc pergunte, com personagens fictícios)
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"TAO - POR QUE LUTAR" - Tao, o rei dos games, revela algo do seu passado, e de como começou a jogar sério.
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