quinta-feira, junho 17, 2004

 
Devo agradecer ao Balbi por ter gentilmente eskecido quase uma dezena de cd's lá em casa e não ter me matado por não devolver até agora. Valeu mesmo. Modest Mouse e Aquabats são um barato; digo isso mais até do último pq o primeiro eu tinha noção q era bom, o segundo foi uma boa surpresa.

"You're my girl
I'm your man
I don't care if you live
in a garbage can"

muito bom, hehehe.
posted by Heitor 4:53 PM

 
Ontem fui dormir tarde pra caralho pq resolvi verificar se estava intacto o filminho q eu tinha baixado por recomendação do Fernando, o tal do "The Gamers". Mas eu simplesmente não consegui parar de ver o troço - é ENGRAÇADO PRA CARALHO! Na boa, se vc já jogou RPG, de preferência D&D, em qquer momento da sua vida, pelo amor de deus vá no emule, kazaa, qquer coisa e pegue esse vídeo agora! É de rolar de rir. Destaque pra cena do Backstab, pro jogador ausente e pra cena de cruzar o rio. Simplesmente sensacional.
posted by Heitor 4:46 PM

 

"run, desire, run this sexual being
run him like a blade to & through the heart
no conscience, one motive...
to cater to the hollow.
screaming feed me, fill me up again.
temporarily pacify this hungering.
so, grow, libido, throw dominoes of
indiscretions down.
falling all around in cycles/circles.
constantly consuming.
conquer and devour.
it's time to bring this fire down.
bridle all this indiscretion
long enough to edify and permanently fill this hollow.
feed me, fill me up again.
temporarily pacify this hungering."

"The Hollow" - A Perfect Circle

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Não sei dizer o q há de tão bom no Perfect Circle; na verdade se alguém perguntar e eu estiver num momento mais racional provavelmente vou dizer q é bom, mas não um monstro do rock. Até pq não é um monstro do rock. Eles são bons sim e, como eu já disse disse aki, o Maynard é um puta letrista...

Nada disso explica a minha reação meio catártica na maioria das vezes em q ouço a banda, mais especificamente esse disco. Eu talvez arrisque a ligação de época e de tom com o Descrença em Sexto Círculo, só que isso só se aplica mesmo à "3 Libras" e, quem sabe, "Rose"; nada que justifique mesmo. E apesar de eu estar cheio de coisa nova pra ouvir, aparentemente quanto mais tempo passa maior fica a reação e mais vezes eu acabo pondo esse troço no aparelho de novo. Claro, faço isso com outros discos tbm, só q ultimamente ele têm se repetido bastante...

O fenômeno é familiar pra mais alguém aí?
posted by Heitor 3:44 AM

 
GRÁTIS

- Você faz mesmo isso de graça? Não ganha nada? - perguntou o sujeito pra mim assim que sentou do outro lado da mesa.

Ele usava uma camisa azul amarrotada e tinha a cara branca, fina e assustada, segurava apertado a mão da mulher como se estivesse atravessando um beco escuro com a mãe do lado; ela por sua vez, desde o momento em que lhe bati o olho, só me evocava duas palavras: mal comida. Estavam assustados pra caralho, na certa esperavam por um salão colorido cheio de incensos e uma velha meio louca com um turbante. Deram com uma sala vazia, uma mesa de porta de botequim - logotipo da Schincariol e tudo - e eu de bermuda e chinelo. Mas o aviso de "jogo carta grátis" ainda estava falando mais alto que o medo.

- Que bobagem, eu fico com a melhor parte. - respondi.

Ele revezou o olhar entre a mulher e eu repetidas vezes, até que ela ordenasse num chiado: "pergunta logo" e ele continuasse, deixando a interpretação pra depois.

- Hã, o senhor sabe, é que Ritinha e eu. Nós nos conhecemos há pouco tempo, mas.

- Pretendem se casar? - interrompi.

Eles se entreolharam, agora com mais segurança, um sorriso leve de "ele adivinhou, ele adivinhou".

- Sim, a gente. Poxa, como senhor sabia? Sim. Nós nos amamos muito, o senhor. Pára com isso, Ritinha. Pode perguntar pra nós? Se devemos, sabe? O que as cartas aconselham? A minha família.

- O cartaz na entrada diz "jogo cartas", não "cartas mágicas que dão conselhos amigos". - já tinha terminado de embaralhar e espalhei o deck pela mesa. - Escolham dez.

Ela rapidamente tomou a dianteira e desandou a puxar. Eu faço a cruz. Nem olho as primeiras duas - o cinco de ouros com a dama de copas sobreposta. Óbvio. Pajem de espadas na base. Sete de ouros no passado próximo, Torre no futuro distante, dois de copas invertido no futuro próximo. Nove de copas na ação, Imperador invertido nas circunstâncias, sete de espadas no desejo e medo, dez de espadas no resultado.

- Então - ela finalmente fala - devemos nos casar?

- Vocês vão se casar. Vai parecer ótimo, mas o pai dele será contra, eventualmente vai deserdá-lo, talvez quando descobrir que você tem um amante, ou mais de um, ou que teve muitos. Vocês vão passar anos duvidando se fizeram a escolha certa, depois se separar, e isso tudo vai trazer muito sofrimento. Talvez ele fique viciado em alguma droga, quem sabe se mate no final.

- O senhor está de brincadeira comigo!? - ele se levantou.

- Claro que estou! Estive de brincadeira aqui o dia inteiro. Próximo!

Definitivamente, eu fico com a melhor parte da barganha.
posted by Heitor 12:12 AM

 
SEM NOME

Contemplando até longa data os rumos de seu próprio destino, o vate não mais confiava em suas predições ou no fatalismo da inevitabilidade: nada disso tinha por um só momento aliviado o pesar de seu próprio arbítrio. E não é que ele não possa fugir do que previsto – não o quer, e não sabe porque não quer. Ele esteve lá para testemunhar o início e não estará para o fim; ele esteve em todas as cidades e vilas em busca da resposta, em todas as casas, sabendo de antemão que jamais a encontraria. E por isso agora, enquanto espera no baixo cume do centro do mundo pelo dia em que finalmente tomará sua decisão, ele se lamenta numa língua esquecida – exceto para aqueles que dormem sob a terra.

“Triste é a espera do fim que não chegará, mas a mim, triste é a espera; do dia que me cabe e não dura. Triste é a dúvida, triste a certeza que a supera, mas a mim cabe a culpa. A antecipação não é dor e não fere, mas a mim, antecipação não é dor; da perda do amor ou amigo. A antecipação não é dor de palavras, abstrata e concreta, mas a mim pede abrigo. Deixa vir minha vontade de um futuro inesquecível, mas a mim, deixa vir a vontade; que em nada a impeço. Deixa vir minha vontade, mas a mim, que a enterro.

Devolve meus dias de calma, tira meu coração da boca, tira o fantasma de meu estômago, meu anseio, meu desejo. Eu era jovem e não dei ouvidos, eu sou jovem e não dou ouvidos, eu sou jovem e não darei ouvidos, permaneço olhando para frente. Devolve meu sono, tira meu sonho, tira o formigar de meus dedos, meu medo, meu silêncio. Eu sou vivo e não sofri, eu sou vivo e não sofro, eu sou vivo e não sofrerei, permaneço ausente.

Tira então de mim ao menos o peso do arbítrio, meu lamento; não peço nem por morte ou extermínio, somente disfarce. Tira-o ao menos enquanto em meu canto, ao menos enquanto escrevo; mais que isso não peço. O destino e maldição da liberdade, eu quis cometer, não nego; tira-me o fardo somente por um instante da consciência.

Mas a mim, traz permanência.”

posted by Heitor 7:33 AM

Bem-vindos! O blog mudou de hospedeiro, mudou de cara, largando aquela coisa de template temático, mas continua a mesma parada tosca.

BONILHA BLOG não é um projeto, não é uma experiência, é apenas um lugar onde posso escrever publicamente o que quer que ache interessante, para quem quer que ache interessante poder ler.

QUEM É VOCÊ?

Heitor Coelho, na casa dos vinte, atualmente no limbo entre bacharelado e advocacia, magalômano, ponto focal de convergência de interesses esdrúxulos, frequentemente confundido com Hector Bonilla, acredita em dialética, astrologia e robôs gigantes.

Se você tem algum comentário sobre esse blog, ou encontrou algum erro, link defeituoso, etc., por favor mande-me um mail

BREVE:

Xenosaga: Episode 2! Haradrynn! Tao 2! E mais referências pseudo-intelectuais do que você poderia contar nos dedos!

CONTOS DO BONILHA!

Para você ler online, ou baixar para ler no seu computador. Um estoque permanente de toda minha "extensa" obra literária!

PS: Parei com aquela porcaria de legenda, aquilo dava muito trabalho...

CONTOS:

"APRENDIZ DE FEITICEIRO"- este é dos velhos. Magos infestam um futuro apocalíptico(q, aliás, já passou;-)).

"O ARNALDO É LOUCO" - crônica escolar, sobre meu antigo professor de matemática.

"OS DIAS NEGROS DE KRYNN" - ainda mais velho, meu primeiríssimo. D&D puro, se vc num gosta, fique longe.

"DEZ REALIDADES" - coletânea de dez pequenos contos ligeiramente interligados.

"DESCRENÇA EM 6° CÍRCULO" - menos D&D q Dias Negros, mas muito maior. Velhos companheiros de aventura reencontram-se, agora como inimigos.

"É, MAURÍCIO..." - o trágico fim de Maurício Razi?

"A TERRA DA DEUSA FURIOSA" - uma expedição rumo ao desconhecido e um final inusitado.

"NÉVOA PRATEADA" - a sequência de "Aprendiz de Feiticeiro".

"MOLHADO" - um assento de Ônibus molhado e muita realidade consensual.

"MATRIZ" - pequena sequência de estórias passando-se na Casa da Matriz, aki no Rio.(antes q vc pergunte, com personagens fictícios)

"RANDÔMICOS" - a origem de Gericault, andarilho dos olhos prateados, e um breve debate sobre Destino, Acaso e Morte.

"KÉRAMUS E O POTE DE VENTO" - a história do mago mais poderoso de Heshna, e de como ele consegiu encher um pote com vento.

"JUSTIÇA" - conto policial com Shade, um detetive levemente amargo.

"MUUNAITE III, DE PARTI" - 2 amigas batem um papinho na festa mais boyplay da cidade.

"TAO, O NOME" - conheça TAO, o maior jogador de videogame de todos os tempos.

"O SONHO DE TAKASHI" - o primeiro conto lodista! Pode Takashi lembrar-se de seu sonho e sua idéia ao mesmo tempo?

"PISANDRO" - um professor de História relembra sua juventude, seu amor perdido, e suas desavenças com Deus e o Destino.

"O EVANGELHO SEGUNDO K. C." - dois senhores discutem música e religião num futuro próximo. Bom, não tanto.

"NADA DEMAIS" - Nada demais mesmo. Juro.

"TAO - POR QUE LUTAR" - Tao, o rei dos games, revela algo do seu passado, e de como começou a jogar sério.

"BRINQUEDOS" - Os brinquedos de Joãozinho eram especiais: podiam falar e até mesmo brincar sozinhos! Ou será que eles estavam trabalhando?